Sobre ele

Ah, poetinha
de que por do sol retirasse teus textos?
de que imaginaçao infantil colhesse esses remédios pra vida?
Onde inventasse a mágica de fazer beleza?

Entao surge como tu
simples, careca, risonho
riso torto, diga-se
feliz??

Ah, poetinha...
nao se cabe felicidade tanta
em um peito só...
Nem cabe aqui falar dessa festa,
dessa alegria q canta, desse trocar de amores
em vao...

É que acaba, poeta
tudo acaba amanha
e pela manhã eh que senta-se na praia
olha-se o mar
e ver q ontem...o q foi ontem??
estás só...

Todos os seus amigos dormem
enquanto vc pensa no que foram ontem
seus sorrisos...lembra??
seus andares tropegos, suas malícias soltas,
suas cantorias engroladas
suas maneiras de ver a vida embaçadas pelos seus oculos de torpor?

Entao eram eles??
Eles, quem??
Os reconhece hj?
Vestindo suas gravats, planejando seus dias,
comendo fruta de manhã e bebendo...café?
São eles, poeta?
Eles que cantavam contigo??
Eram eles ontem, embriagados de viver, de gritar a alegria de ser...eles?

Quem sao esses, poeta??
Quem está ctg??

Entao olha pra esse sol, poetinha
esse sol despertando...
Abre os braços pra abraçar esse dia, o sol
abre os braços pra fazer segundas-feiras tristes
onde ninguem mais é o que foi ontem...

Entao nao seria o fim...
ou seria??
onde nao tem mais festa, alegria, nem rotina ou lucidez,
onde nao tem mais nada??
eh o fim desse misto de homem, mais seu que dos outros, em sua alegria
mais dos outros do que seu, por esses dias...?

Ah , poetinha
tua poesia reina pq todos gostam de lembrar a beleza daquela festa
de estar contigo.

E se nada muda hj, nesse triste despontar de segunda feira
se nao cala o coraçao, a alma ao mundo
entao és poeta de verdade
pode se coroar!
e brilha o sol no céu
alto...
ilumina forte essa terra de homens-nao-homens, de pessoas confusas
perdidas no caminho entre a convençao e a realizaçao...

Conta sobre a vida bonita
continua fazendo teus versos
e os vivendo
Pq existem 5 dias pra ser humano
E 2 dias pra ser feliz.

Esse sonho

Entao seu nome virou sonho
Pq seus sonhos nao tinham nomes

E talvez seja o começo dessa festa, dessa dança
Essa... ensaiada tanto tempo...
E talvez, seja a beleza que ela esperava
Quis virar sonho o seu nome
Pq como nome era real
E ele queria vestir fantasia, virar pirata, virar rei,
virar princesa que beija sapo, virar sapo que beija princesa,
queria ser um conto.
De fadas.
Ou ter suas asas.
Voar...

Queria seu sonho correr solto
Fazer-se vida.
Mas nao dia-a-dia.
Fazer-se festa, terra-do-nunca,
brinquedo de criança, imaginaçao de escritor,
bombom de festa, fogos,
boneca, robô,
finais felizes, "era uma vez"...

E queriam seus sonhos que fossem mágicas...
Mágicas lindas, as mais deliciosas surpresas,
as belezas mais belas, as maravilhas da natureza
que nao fossem previsiveis, fossem canção...

E essa cançao...
Ela chora com ela.
E chora por perder esse sonho que converteu-se nela.
Chora por soltá-lo...
Deixá-lo ir...

E se pergunta como será ele, agora, de tantas formas?
Se perder-se-á sendo tudo...ou se por querer ser tudo termine nao sendo nada...

Nao.
Já o viu voar...
em sonho...
Seu proprio sonho sonhando em voar...
E o viu bailando no ar como uma ave linda, bailarina...
O viu abrir as asas e abraçar o céu...
O viu se libertar de si...

E foi-se o sonho.
Virou alegria.
Toda a alegria do mundo.
Tudo que eh bom, inocente e profundo,
seu sonho foi virar.
E hj povoa os sorrisos
Reverteu-se em abrigo aos peitos que doem.
Virou conforto esse sonho...
Esse sonho q soh fez sonhar
E enfim vive.
Livre.

(P.M)

Nada

Na verdade nada funcionaria aqui, nesses dias.
Sem qualquer inspiração, qualquer vontade, qualquer amor...

Entao fica esse texto: sem texto...
Fica esse vácuo, essa lacuna, esse nada.

Cada pedaço de palavra inútil, cada versar sobre algo inconsequente, cada loucura que se quer e nao se tem.

Falta emoçao, falta vontade, corpo e forma de ser fiel a algo que lembre sol mesmo sendo brisa e que lembre a brisa mesmo sendo sol...
Falta poesia. E querer-se.

Entao fica esse texto.
E finda esse texto sem tantos textos mais...

(P.M)