Ouse. Ouse tudo.

"Pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza senão não se faz um samba não"

sábado, maio 27, 2006

Platéia

***Platéia


Visto que, nada é pra já, eu assumo a responsabilidade de ser triste. E assumo a responsabilidade de ter essa alma assim, sem mais....de menos... de menos, de menor significância qualquer...
Eu assumo o desespero de ter entregado a alma e sofrido todas as conseqüências q daih provieram...assumo o erro de te ter, te querer, te amar e me doar...assumo o erro de ter calçado o teu all star, de ter te roubado um beijo, de ter entrado ali, naquele momento, numa vida que não poderia nunca pertencer.
E não pertenceu nunca. Nunca. Nada foi o que se pensou que era. Foi só invenção. E que invenção! Ninguém inventou história mais bonita que aquela e é ela .que aqui está.
Eu não assumo os erros que cometi, visto que em historia inventada não cabe falar de culpa se não se tem culpa real, certo? Se tudo é ficção e fantasia não se deve falar em alegria, tristeza, culpa, conquistas ou dor. Não se deve falar de sentimentos... entendido?
Sentimentos? Sim, aqueles que pensamos sentir.... Não se deve pensar que se sente o q não se sente pq o que se pensa que estah sentindo e não se sente eh pura invencionice, verdade nula, momento de deleite pra uma platéia de viciados em historia de amor.
A bailarina dança e ele acompanha com os olhos. Ela deseja ser maior, ele deseja te-la em seus braços. A bailarina enxerga todo um futuro de brilho em palcos do mundo. Ele enxerga todos os movimentos que fariam juntos. Ela quer o mundo. Ele quer o prazer de possuir seu corpo. Ela que voar livremente. Ele quer prende-la nos braços.
E é assim que termina a história. A bailarina eh conquistada e possuída, doa o corpo e doa a alma, esquece seus sonhos brilhantes de estrela e a ele se deu, se dá. É uma triste historia da bailarina... desejada, amada, possuída, descalça. Abandonou as sapatilhas, sr! Em quantos palcos elas dançariam! Quantas pessoas conquistariam e fariam aplaudir de pé??
Pra cada história de amor há uma sapatilha de bailarina abandonada. Seu brilho apagado por um encanto, um conto de fadas, uma mera ilusão de ser princesa em vez de bailarina...
Mas princesa não reina, menina... princesa é só princesa...
E é o momento de terminar tudo isso contando pra todos historias que não seriam nada se a elas não fossem atribuídas razões de serem histórias. Não existiria nada no mundo, entre o céu e a terra que fosse magia se não existisse um conto triste, uma valsa antiga, um presente de amor.
E não existiram apaixonados demais, de menos, nada..nao existiria aqui, agora, essa história, lágrimas, presença constante, dor, eu.