Ouse. Ouse tudo.

"Pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza senão não se faz um samba não"

sábado, abril 15, 2006

"De que estrelas caímos aqui um para outro?"


E é o vício do ofício de um louco. Talvez...
Se a divisa entre o que se é sonho e o que se é real tornar-se assim, fraca, é hora de se questionar sobre o que, enfim, seria uma "mente sã"...
Sempre encarei a fantasia como uma coisa boa...se em um mundo louco eu criasse uma personagem que - como diria Nietzsche para Lou Salomé - teria caído de uma estrela aqui para alguém ou que munida de facas e garfos de sobremesa vencesse os samurais mais poderosos, os gladiadores mais cruéis, o exército mais talentoso, a batalha mais sangreta, pq nao? Pq nao imaginar-se vencedor? Pq nao acreditar na opinião de um famoso mago-escritor-brasileiro : "as coisas sempre darão certo no final. Se nao derem certo é pq ainda naos e chegou ao final."? Pq nao fazer da vida metáforas e, com força grande, acreditar nisso?
Questões se formam quando se busca entender o que seria "são" enfim. E se seria uma coisa boa pro homem. Eu, sinceramente com toda minah ignorância filosófica-sociológica-fenomenológica-psicológica-e-uma-série-de-outros-"oscas", penso que, como ser que sente mais do que pensa e que é altamente influenciável pelos seus próprios sentimentos, o homem nao está preprado para sanidade. Abrir os olhos numa linda manhã e ver o mundo cinza seria cruelmente fatal para aguém que passou toda a vida enxergando a vida como numa música parisiense: por trás de óculos de lente cor de rosa. É seguramente mais prazeroso enxergar através de la vie en rose do que atrávés de um soneto pessimista-byronista de mal do século. Ou ainda apocalipticamente. O q seria pior, convenhamos, por nao possuir sequer o mínimo de romantismo, obrigado.
Não. "Ser são" não é algo conveniente. Não para nós, que confundimos alegrias e momentos de prazer com a felicidade. Que nao divisamos sequer uma linha entre o ser alegre e o ser feliz. Que tudo é realização desde que esteja se brincando num bloco, nem que seja um "Bloco do eu sozinho". E que ser feliz tem haver com tudo isso.
Eu dou uma cutucada nos ombros de algumas pessoas, sendo chata, chamando, tentando desiludir todas essas idéias e ver o que, no fim, verdadeiramente importa. Mas eu parei. Não quero dar uam de filósofa chata que GRITA pq as pessoas nao querem escutar. É Nietzsche...vc gritou bem forte...e se existe hj, ceticismod e verdade, nas pessoas, tneho certeza que já leram suas obras. Que nao são tão mal assim, no fundo. Mostra o que "se é" ou tenta , pelo menos, fazer-se descobrir. "Torna-te o que tu és" virou uma constante em minha vida. Embora creio que, no fim, saber o que se é de verdade ou o que, através disso, veio relaizar PRA SI (pros outros é pura consequência), seja algo imensamente impossível pra uma alma inconstante de idéias sobre si,sobre os fatos, sobre sentir e sobre a importância disso tudo. Mas eu tento, embora nao prometa, pensar no que não eh trivial. E uso aquele seu raciocínio, ou o raciocínio de um psicoterapeuta de Stanford que deu voz a vc em um romace recente: "Em que eu estaria pensando se não estivesse pensando nisso?". Em que Nietzsche? Como saber nao dá importância ao que se sente se se é humano! "Humano. Demasiado Humano", né? Talvez ser humando é ser apenas BENTO de lágrimas Nietzsche pq elas são inevitáveis. Não se pode simplesmente evitá-las. Por mais que se ignore o que é que oprime. Por mais que passe pro adversidades com indiferença. Por mais que se busque o que realmente importa e veja, com isso, em todo o retso algo sem importância alguma. As lágrimas caem. A angústia nao deixa o ser humano mentir...por mais que ele guarde tudo por dentro. Repito: O que é de dentro um dia ecoa para fora. Ponto.
Mas vamos rir disso tudo? Vamos brincar de ser piratas e caçar tesouros exorbitantes que não passam de moedas de 1 centavo? Ou moeda alguma? Vamos fingir que voamos enquanto o mundo todo tenta fincar os pés no chão? Por favor, nao vamos criar raízes aqui, nesse mundo? Pq eu nao quero ser real Nietzsche. Eu prefiro ser imaginária.
E só assim me responda, fechando os olhos e esquecendo tudo mais: "De que estrelas caímos aqui um para o outro?"

Paula Morrison

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