Ouse. Ouse tudo.

"Pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza senão não se faz um samba não"

quinta-feira, abril 13, 2006

Primeiro =)


Embora uma teoria não cientificista, não experimental, sem seriedade e cheia de buracos de alguém que vem, atravأ©s deste, reconhecer isso, nao deve ser algo que possa ser levado a sério, aqui estou eu divulgado o que a vida ensinou e o que a mente apreendeu com um coração que sentiu por si só.
E não são idéias de quem quer...são idéias de quem quis e que, muito querendo, nao quis mais saber de querer. E pq??? ashasashh!
É cômicp tudo... é cômico... disse hj, com meus ares de poetas pro meu amigo Lucas, entre um sorriso e uma cara de choro, que tive um coração que foi arrancada de mim e que, passou tanto tempo sem ser devolvido que quando jogaram no lixo, talvez por nao ter mais serventia, talvez por puro desleixo, e enfim o recolhi, estranhei muito esse coração meu, que nao era mais tao meu se foi tanto dos outros. Me perguntei bastante se deveria recolher algo tao fraco ou se - pq não? - recolher um novo coração. Algum sem ter vivido e sofrido demais. Algum sem ter amado e sofrido demais. Algum que não sofreu por nao ter amado e vivido. Pedi entao, ao guardião dos coraçõe que me arranjasse um novo assim: sem sofrimento. Ele me trouxe um coração que tinah acabado de nascer: rosa, grande, batendo forte, cheio de fome pela vida e vontade de realizar, de ser, de existir como coração Já estava quase colocando por dentro da blusa e apertando no peito quando o guardião falou:
"Eh...tenho oferecido muitos corações novos pra quem anda em busca de novos corações. Todos pessoas assim, querendo ignorar a tristeza daquele q foi seu e buscar em algo novo, novas alegrias. Mas eu me pergunto: E se ignora a tristeza? E um coração novo nao vai sofrer entao? E como se deixa um coração solto, descuidado, se foi um coração que foi seu? Não dói abandonar uam parte tao sua que mesmo que nao pareça sua tem tanto de vc dentro. Mesmo perdido...tem tanto de vc dentro...tem tanto da vida que "só se dá pra quem se deu", tem tanto de um coração de querer cuidado pra voltar a ser o que era, tanta coisa... no lixo...???".

Recolhi meu velho coração. Peguei nas mãos e guardei no bolso. Ia ser longo, ia ser difأ­cil, ia ser sofrido pq nao inventaram ainda um merthiolate ou pomada cicatrizante que curassem logo as feridas de um mal assim. É um mistério o tempo de duração do tratamento. Alguns levam uns minutos, outros levam uma vida. Mas eu resolvi começar e deixei de molho. Tenho sofrido observando sua abstinência para se livrar do vأ­cio de ser do antigo dono, tenho cuidado com carinho alimentando de purezas, pessoas com olhares brilhantes, energias de por de sol e desejos de carpe noctem. Tenho cantado Roadhouse Blues enfatizando o célebre "let it roll, baby roll..."e convencendo a mim mesma e ao coração que, como no final de uma canção linda "alguém então sorrirá em paz" e dando espaço pra que novas estrelas brilhem em seu ceuzinho guardado. E eu sei, que no final de tudo, ele vai voltar a ser um coração. E voltar a bater forte e a ser meu. Só meu. Batendo pelas estrelinahs do meu céu guardado, as mais brilhantes. Mas um coração meu a bater pra mim e por elas. Simples mas tao forte que vai ecoar por fora o que vem de dentro.

Enquanto esse tratamento nao acaba eu venho descobrindo o que a mente pede... quando o coração está fraco demais pra dar ordens é a mente que manda. E o que ela manda é sobre mim. Pra me conhecer melhor. Pra me "tornar o que sou" como diria um filósofo que a mente orientou enquanto sofria do mesmo mal.

E o que sou começa aqui. E não tem fim. Não sei o que é. Sei muitas coisas sobre dever ser e coisa nenhuma sobre o ser apenas. Mas tem uma estrada...entre a cidade Alegria e a cidade Tristeza... tem uma estrada que leva a cidade principal, a cidade Realização. E a gente visita muito essas duas cidades pequenas antes de chegar na grande. Mas pra chegar na outra é só nao criar raأ­zes, é só nao deixar-se habitar. E isso eu descobri como quem nao quer nada mais pq muito quis. E é o que vem me salvando. Felizmente. x)))
(P.M)